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Por que morar em um hostel | albergue?

  • Foto do escritor: Maisa Dalben
    Maisa Dalben
  • 2 de fev. de 2015
  • 4 min de leitura

Desde que comecei a me hospedar em hostels em São Paulo eu escuto a mesma coisa. "Hostel?! O que é isso?? Mas porque hostels? Da onde veio essa idéia?". Eu tenho sempre que me explicar, tento mostrar o meu ponto de vista e sempre, antes de começar, tento explicar o que é um hostel. Muitas pessoas no Brasil, quando eu digo "Estou me hospedando em um albergue" já me olham com cara de dó. Não pessoal, não vou ficar junto com moradores de rua em um abrigo temporário ou coisa assim. A idéia de albergues da forma que eles são no exterior é bem recente aqui e vou tentar explicar um pouquinho do jeito que eu explico para os curiosos.

Um albergue na realidade não é muito diferente de um hotel. O que muda é o nível de privacidade e a simplicidade do que você vai encontrar no quarto. Praticamente todos os albergues são também hotéis. Há quartos onde você pode se hospedar e ficar sozinho. Há quartos com duas camas, pra quando você vai com um amigo e divide o quarto (igual um hotel, normal). A diferença é que existem quartos com mais camas... 4, 6, 8. Já fiquei em um quarto com 12 camas. Foi sensacional. E a grande diferença é que você não fecha o quarto pra sua galera, você reserva uma cama nesse quarto. É nesse ponto que a privacidade é colocada a prova. Se a sua galera tem 6 pessoas e vocês ficaram em um quarto com 8 camas, 2 pessoas estranhas vão dormir no quarto com vocês. E o contrário também, se você é um viajante solitário (como eu), acontece de ficar em um quarto onde todo mundo se conhece e você fica com a cama que sobrou.

Desvantagens da privacidade nula

Well... você acaba se privando de fazer algumas coisas, como andar de calcinha pelo quarto... dormir até tarde nem sempre é fácil e dependendo das suas companias, dormir cedo também vira um desafio. Você não sabe quem são as pessoas que estão com você. Pode ser que seja uma galera super tranquila e que vai achar ruim se você chegar de madrugada. Pode ser você que seja tranquilo e o resto do quarto não pára de falar quando você quer dormir. A tolerância acaba virando a palavra da vez, já que o bom senso muitas vezes falha. E vou falar que isso é um mal um tanto comum no Brasil. Fiquei em hostels no meio de Hollywood e não tive problema nenhum pra dormir 10h da noite. Já aqui... praticamente em todos os hostels é normal ter gente tagarelando até de madrugada. Alé, disso, o espaço entre as camas é coletivo, o que pode ocasionar em transito de malas, roupas, necessaires e etc. Varais de roupas intimas são comuns na camas de hospedes de muitos dias, calcinhas perdidas nos banheiros e por aí vai. Novamente, tolerância é um exercício diário.

Noooooossaaa, mas então porque você faz isso?!

Bom... não são apenas desvantagens, lógico.

Vantagens da vida nômade e coletiva

Eu sou muito quieta. Muito reservada. É difícil pra eu fazer amizades, conhecer novas pessoas. Tenho dificuldade com pessoas que invadem o meu espaço e pessoas que são muito OUT acabam me irritando por eu ser muito IN. E eu descobri que isso é uma coisa que eu preciso trabalhar em mim. No hostel eu consigo conhecer muito mais pessoas diferentes do que eu conseguiria com a minha rotina normal. Nesses aproximadamente 6 meses em que eu tenho morado em albergues tive experiências ótimas, e outras muito péssimas. Mas todas elas me colocaram em contato com pessoas totalmente diferentes de mim. A dermatologista que estava estudando em São Paulo, mas mora em Balneário. A menina que estava prestando vestibular e morou no albergue pra estudar. As meninas da Bahia que se hospedaram pra ComicCon. A americana que estava viajando pelo Brasil inteiro. A mulher de Manaus que conhecia o norte e nordeste do Brasil de ponta a ponta. Tantas histórias novas, pessoas com vidas tão diferentes da minha, que me fazem lembrar o quanto o mundo é grande, e diversificado, e sensacional. E as experiências ruins também me ajudaram a ser um tanto mais tolerante. A mulher que tomou banho de 40min e ligou o secador 7h da manhã quando eu precisava tomar banho pra trabalhar. A estrangeira meio maluca que mora no albergue. As meninas que dizem que são promoters de balada (aham), se arrumam "daquele jeito" com musica alta, barulho pra caramba e voltam só de manhã. As amigas que vão jantar, perdem a linha e quase colocam o quarto a baixo. Opa, eu estava falando as vantagens né... (rs). Mas tudo isso me deixa mais tranquila com os problemas do dia a dia. São exercícios diários de convivência.

Por essas e por outras, eu estou amando a minha experiência. Recomendo uma estadia em quartos coletivos para todos. Seja pela experiência, seja pela curiosidade, pra quebrar o tabu, pra fazer uns amigos novos. Vale a pena, é divertido e mais barato do que ficar sozinho em uma suíte.

Em um outro post falo um pouco mais das minhas resoluções de nômade urbana.

See ya!


 
 
 

Comentários


Obrigada pelo comentário!! Assim que possível eu respondo.

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